Tuesday, December 16, 2008

Bar de Vídeos

E, quando menos se esperava, AN prova que, mesmo à beira do Natal, ainda há vida.

Então, há denúncia.

-SACOLAS DE DOAÇÕES SÃO ABANDONADAS EM CAMPOS:
http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM936189-7823-SACOLAS+DE+DOACOES+SAO+ABANDONADAS+EM+CAMPOS,00.html

-FURTO DE DONATIVOS EM SC:
http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL924266-5598,00.html

Há também o protesto:

-JORNALISTA IRAQUIANO ATIRA SAPATOS EM BUSH DURANTE ENTREVISTA EM BAGDÁ:
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL922432-5602,00-JORNALISTA+IRAQUIANO+ATIRA+SAPATOS+CONTRA+BUSH+DURANTE+ENTREVISTA+EM+BAGDA.html


E há, ainda, o recado:
Não há apenas que ajudar, há que cobrar.
E há o mundo inteiro esperando pelo vinte de janeiro próximo.



ARBITRARY NOTES BOOKS & CO.
(em obras)

Thursday, December 4, 2008

Valsa-marcha Progressista.

Tempos de silêncio
são tempos para o pensamento
são tempos pós queimada nos campos,
quando só se resta em volta a lembrança
e a fumaça.
Quando o fogo morre e a fumaça se esvai e as cinzas voam...

...levanta-se o casarão do senhorio;
...faz-se a casa da servidão;
...cresce uma olaria, e do lado da olaria, uma plantação, e do lado da plantação, uma moenda;
...e na frente da casa, há um jardim com uma fonte e árvores e flores exóticas;
...e isso tudo se desfaz, de súbito,
de mau súbito.
------Uma doença que atinge em cheio o barão, a mão fortee da família padece, a família empobrece e perde suas terras para a criadagem, que agora também são donos de suas terras, donos de suas próprias mãos, de seus próprios pés.------
E então a terra se desfaz, e então a terra já não coopera mais,
e resolve ser vendida,
e toda construção é demolida, posta abaixo, todo o jardim é arrancado e também foi a fonte.

E vem então o progresso, esse ser cosmopolita, arlequinal,
o primeiro Mário de Andrade.
E põe-se em forma de prédio no meio do nada,
e põe-se em forma de indústria ao lado do prédio,
e divide-se na forma de funcionários-da-indústria-moradores da vila-dos-trabalhadores e
donos-da-indústria-moradores-do-prédio, sim, porque
havia uma vila atrás da fábrica
que virou duas
e três
e quatro
e quarenta
e cinqüenta
e quinhentas fábricas de todos os tipos:
fábricas de fumaça, fábricas de água suja, fábricas de trabalhadores, fábricas voltadas para o comércio de todo tipo,
que ocupavam centenas de milhares de trabalhadores sindicalizados uniformizados
mais ou menos o dobro de centenas de milhares de mãos
que ganhavam mal
que trabalhavam, suas mais ou menos centenas de milhares de mãos duas vezes ocupadas para alimentar seus filhos e suas famílias
e pagar o sindicato
e superalimentar o filho do burguês dono da fábrica e a família dele
e que não tolerava sindicatos. Assim que todas as árvores foram cortadas desse corpo venal abarrotado de costelas e outros ossos e infestado de bactérias chamado progresso
------------------------------------------------------------- chamado Tom Zé
*****************************************************chamado cidade,
onde quer que fosse.

E esses trabalhadores, reunidos num sindicato fizeram a paralisação
para parar de alimentar o filho gordo do burguês
a esposa gorda do burguês
o cão obeso e burguês
enquanto não pudessem alimentar dignamente seus filhos.
E após batalhas sangrentas com a polícia, o arlequim sem uniforme sem humor
conseguiu-se o aumento.
E lá foi o proletariado às compras.
Comprou arroz
comprou feijão
comprou carne
comprou milho
comprou pão todo dia de manhã fresquinho
comprou escola
comprou documentação
comprou
comprou
e comprou.
E comprou também um livro.
E quando ele leu o livro, ele se viu no livro,
no finalzinho, onde dizia
o sobrenome do burguês-patrão
que dava o nome à fábrica em que trabalhava,
mas que o filho, não,
o filho não trabalharia.

E então entendeu
entendeu a história daquele livro
entendeu o sumiço de todas as árvores,
entendeu o crescimento daquelas fábricas
e o porquê de toda aquela poluição.
Entendeu o antes:
os senhores, os servos, a fonte, o jardim, a moenda e a olaria.
Entendeu que não tinha mudado nada
e que o nome dessa não mudança era Progresso.
Sentou na porta do livreiro e chorou
lágrimas cinza.

Rafael Lemos. 04-12-'08

Sunday, November 23, 2008

triste constatação

acho que a merda que tanto
lamento
meu deus, a merda está aqui dentro.

Diego Knack insano em 23 de novembro de 2008

Tuesday, November 18, 2008

Versos Para Quando a Tripulação da Caravela de Fernando Pessoa Chegar

Está lá, e lá estará para quando eu assim a quiser,
para quando tiver-me deitado, quando houver desistido,
para quando passar o momento de ter chorado.
A cama de armar, lá estará para quando a quiser.

Se ouço que viver não é preciso e navegar é necessário,
digo que a sentença só vale após ter-se sobrevivido,
não leva em conta os que do mar jamais hão de ter saído
(os afogados nem os desaparecidos).
Mas sei que se não é assim, tudo besteira é, do contrário.

Queria entender o que motiva-me a seguir caminho,
dependendo dessas pedras, pois, já estaria aterrado,
porém, não as culpo, alguém deve tê-las empurrado
tomando-me por morto apenas por estar sozinho.

Rafael Lemos. 18-11-'08


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Thursday, November 13, 2008

notas nada arbitrárias ou confissões enquanto forçam minha cabeça contra uma bacia cheia d´água.

Bom o tempo da bola, da escola e das mentirinhas do "não gosto de você"
bom tempo que dizia eu te amo e puxava os cabelos
da infeliz pseudo-amada
que pouco entendia além dos meus lábios, da minha fala.

Aprendemos então a simular interioridades
comemorar falsas complitudes.
Perdemos, portanto a inocência.
Eramos felizes e nem sabíamos, entendem?

Daí, crescemos.o sentimento nunca mais arde pleno.
Ele sempre é de poréns.
O amor é seco por vezes, por outras, demasiado úmido.
Não satisfaz a boca.

Se hoje ela é sua, meu caro... ela já pertenceu a outros.
E mesmo agora, vocês não se pertencem.
é ilusão é ilusão.
A vivência do dia a dia
é mero jogo de retornos e tombos
à mesma individualidade escrota
no fim, rodamos rodamos a roda do mundo
e fundo no fundo
somos só um "eu".

agora quem fala sou eu.
Mas juro que belo d´um dia
será o de concordar e a hora de falar será de você.

Fim. A partir daqui não prometo sinceridade.

Diego Knack - 13 de Novembro de 2008

Tuesday, November 11, 2008

Bar de Vídeos.

Arbitrary Notes Books & Co. apresenta hoje em seus Bar de Vídeos um documentário da fotógrafa Jessica Dimmock, "The Ninth Floor" (O Nono Andar).
Assim escrito no site, sobre o filme, em tradução livre:


"Em 2004, de 20 a 30 jovens viciados moravam no nono andar de um elegante e estreito prédio com vista para a Fifth Avenue, Manhanttan. Os intrusos haviam transformado o apartamento em um escuro, desesperador e caótico lugar.

Gente empilhada, cortada, picada e fumada em todo lugar possível. Amigos iludindo uns aos outros por sua próxima picada. Eles dormiam em pilhas de roupas no chão. A eletricidade havia sido cortada; o banheiro era inutilizável; a cozinha, cheia de lixo. Tudo de valor havia sido vendido.


Por aproximadamente três anos, Jessica Dimmock seguiu esse bando documentando o que aconteceu a eles após seu despejo, como eles lutaram para ficarem limpos, afundaram no vício, foram para a prisão, começaram famílias e esforçaram-se para sobreviver."





Interessante também é o site em si, com diversos outros vídeos. Segue então o documentário e, em seguida, o site oficial da fotógrafa.



http://mediastorm.org/0021.htm

http://www.jessicadimmock.com/

A.N.B. & Co.

Thursday, November 6, 2008

Fim da Época das Flores.

Eu sou a figura dos dedos dormentes,
dos dedos entrelaçados, sou do peito machucado.
Sou a figura da boca que inventa entre dentes.

Eu sou o fantasma do dissabor
com um leve semblante daquele outrora amante
da vida, e que hoje é estupor.

Eu a contenho, eu pertenço à maquinaria
da desinvenção, eu alimento a deserção
de tudo o que eu mesmo faria.

Eu sou o corpo deitado mudo,
Aquele que você vê à porta, atropelado pela horda
sou eu, meu próprio escudo.

Se enviar-me uma carta e não responder,
por favor, não se surpreenda, ocupado que estou
numa coleta de razões para não morrer.

Rafael Lemos. 01-11-'08


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Tuesday, November 4, 2008

Bar de Vídeos

Arbitrary Notes Books & Co. alcança outra terça-feira de vida arrastada, atrasada, atribulada e repleta dos vermes que Augusto dos Anjos escreveu, mas, ainda assim, com força o suficiente para deixar aqui, esperando uma mão que espane esse pó para longe, um vídeo interessante.

É a coletiva de imprensa logo após o resultado das eleições no Rio de Janeiro, onde o Deputado Federal Fernando Gabeira agradece os votos e mantém seus ideais e os de metade dos eleitores, de pé.

É a campanha limpa que esperamos ver de dois em dois anos. Ainda que unilateralmente.

http://www.gabeira.com.br/blog/blog.asp?id=7660

Arbitrary Notes Books & Co.

Thursday, October 30, 2008

21-07-'08 Noite


Houve uma reunião na qual Todos levaram seus livros consigo. Curiosamente, Deus não carregava livro algum, mas fez uma porção de comentários irônicos a respeito, os quais não permitiu que fossem anotados. Um sentia-se doente e subterrâneo.
Lendários cavaleiros sentados, seus brasões de Templários, reunidos num bar. Os que mais bebem, maiores são seus elmos. Teciam comentários e não paravam de bradar e exigir mais cerveja às pequenas demônias que trabalhavam como garçonete no bar, seus rabos esgueiravam-se e balançavam por fora das pequenas saias. Uma delas veio até mim e perguntou o que eu fazia dentro daquele oco de árvore. Lembrei que havia ido assistir um filme chamado "10:30" e respondi que fazia parte da História da Criação empregado como intruso por detrás das janelas redondas de submarino e que não via saída para isso. Ela disse que sabia que não era verdade o que eu sabia, que eu só queria mesmo satisfazer minha próprias ambições incalculadas. Eu sorri devagar 'pode ser, quem sabe?', ela disse que era por isso que Eles simpatizavam comigo e eu sabia do quê ela estava falando. "Isso inclui você?", foi minha pergunta. Ela afirmou positivamente e habilidosamente devolveu-me meu sorriso vagaroso.
Eles vendiam sonhos, mas eu recusei. Já estava carregando comigo um grande fardo brilhante embrulhado carregado de chumbo e que eu claramente sabia do que se tratava.

Nota: Elétricos Sinos de Igreja tilintando eficientemente cobertos pela mais escura sombra de lápides que você jamais viu.

Rafael Lemos. 21-07-'08.


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Tuesday, October 28, 2008

"Um Bar de Vídeos"

Arbitrary Notes Books & Co. inaugura hoje sua sessão de links para vídeos levando até vocês o notório vídeo de campanha do Deputado Federal Fernando Gabeira dando claramente a entender o porquê de sua surpreendente votação no último domingo, nas eleições para prefeito do Rio de Janeiro.

http://www.youtube.com/watch?v=7Cihk-ucE78

Pretendemos postar vídeos interessantes todas as terças.

A.N.
Obs: Agradecimentos à Diego Knack, mantenedor oficial desse blog e patrono maior do Santo Antônio Grupo de Louvor, radicado no Rio de Janeiro.


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Monday, October 27, 2008

Retornos

Pior mesmo é quanto o vento bate e a porta fecha
E lá vai você ( te leva) feito flecha que voa longe
do meu alcance

Meu amor, não volta?
Não?

E fico só aguardando o retorno.
O seu.

e o meu...

Daí só retorno mesmo,
e de fato, é para essa interioridade
Amarga
(essa solidão escrota)
cuja marca
nítida

é firme e rígida
chaga.

Quando no meu rosto já é
desgosto, meu carma.

Meu estigma me carregar por aí.

É arma.
Uma arma me carregar.
Uma arma a descarregar
Uma alma a descarregar
Alma a desgarrar

do corpo feio
de onde veio para

vaguear
em
alamedas estranhas.

Em partes nuas
pontes
muros
(murros?)
ruas – (tacanhas?)

Nem sei...
Minhas entranhas
Se misturam
Ao estímulo
De sensações
Medianas
Ou
Cotidianas (por que não?)

Eu sou eu só assim
Sou mácula
Ambulante
Minha praga, minha presa errante.
Por vezes também sou desprovido de mim:
Minhas horas tão felizes.

E só mesmo afogo minhas desgraças
Na ilusão
(no amor tanto quanto, por que não?)
O resto é tudo retorno.
maldito
retorno
à minha escuridão
( meu sim, meu não...)
minhas trevas
meu inferno particular.
(minha prostituição)

Ou simplemente,
(perdoe-me)
O retorno a mim mesmo.

Diego Knack, 27 de Outubro de 2008 para ArbitraryNotes


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Thursday, October 23, 2008

Parte Amorosa de uma Poesia de uma Casa de Paredes de Pedra e Rosada


"Dentro dessas paredes de pedra e rosa
eu sonho um dia ouvir sons de sanfona,
violão, chocalhos&maracas e um baixo,
e milhares de vozes juvenis dançando todas numa turba excitada & nervosa.
Sonho dentro dessas paredes e tremo ainda as próprias pedras
e o rosa que me envolvem.
Sonho com conversa, amor e uma dama fogosa que,
Vinda de longe, não saberá e não se dará conta da minha vida mambembe
E não me contará senão versos & alegria
Para me fazer, me fazer esquecer e me esquentar,
E me entreter num tempo novo,
Onde a vida não será mais feita com uma única tradicional chuvosa noite fria,
não se fará mais morosa,
não me fará mais
fazer promessas vazias.

Rafael Lemos. 17-10-'08


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Sunday, October 19, 2008

Reflexões ( imediatas, para seguir a moda dos atuais)

vou te emprestar meus sonhos velhos
só pra você sonhar
(vai, de repente eles ainda servem...)
eles fedem a mofo
são um troço estranho
mas veizinquando ainda os arranho
por aí.

Meu bem,
tira só a parte dos resquícios de consciência
e vai.
Não pensa ( hoje ninguém mais faz isso... já era.)
só faz o que mandarem
leia a bula
tome o remédio
reze o credo
não pise na grama
não beba dirigindo
não foda sem camisinha
não goze dentro
meu bem não
nem mesmo ´vá ao centro.
Não leia a bíblia.
vai fazer o que os outros fazem.

Se for preciso abdique de viver.
(ninguém mais lembra mesmo...)

E aí quando tudo estiver finalmente um saco
e o mundo morto
emerja escroto: volta pro sebo
volta pro pó (de onde veio)
volta pro meu encanto.
pro meu mundo, meu manto.

(Diego Knack, publicado por Arbitrary Notes)


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Friday, October 17, 2008

Edna St. Vincent Millay

Arbitrary Notes Books & Co. aponta aqui um outro texto, dessa vez em tradução livre, para servir de introdução à obra de Edna St. Vincent Millay (22/02/1892-19/10/1950), escritora americana cuja vida, como ela mesma escreveria, queimava pelas duas pontas, expressão ainda hoje usada em referência à alguém que está aproveitando a vida ao máximo, mas que uma hora terá que se impôr limites ou vai chegar ao fim rápido demais. Eis:

'First Fig* (Primeiro Figo)'
Minha vela queima de ambos os lados;
Não durará a noite;
Mas ah, meus inimigos, e oh, meus amigos-
Ela dá uma amável luz.

'Second Fig (Segundo Figo)'
Seguras sobre a sólida rocha as feias casas se postam:
Venha e veja meu brilhante palácio construído sobre a areia!

Edna St. Vincent Millay; "A Few Figs from Thistles", 1920
Tradução Livre: Rafael Lemos.


Notas do tradutor:
*Interessante notar a quantidade de significados para 'fig':
fig.1
n 1 figo. 2 Bot figueira. 3 fig ninharia, coisa sem valor, bagatela. I don’t care a fig for it / não faço caso disso, não me importo absolutamente com isso. he isn’t worth a fig / ele não vale nada. he is a moldy fig sl ele é um pedante ou um pudico, puritano.
fig.2
n vestes, atavios, aprestos, petrechos, aparelhamento. in full fig sl em traje de rigor, gala, etc. in good fig em boa forma ou condição.

**O tradutor aponta que, aparentemente, Edna St. Vincent Millay não possui livros traduzidos no mercado.


Arbitrary Notes Books & Co.

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Thursday, October 16, 2008

Breve sketch de duas personagens

'suficiente para um ato somente; monólogo espiritual interior'

Politicamente experienciado e homem com seu terno risca de giz cor de grafite, dedo em riste acusando-me entregando-me a voto popular, trocando meu flamejante silêncio - que refletia meus óculos tortos velhos demais para mim, incondizentes - por sacas de arroz Curvou-se ao pé do meu ouvido que ainda encontrava cético e erguido aenas acompanhando seus movimentos e respirando e tirando proveito da brisa gelada da manhã de céu limpo,tempo de acusações, tempo de culpados. Sussurou para mim "Qual a sensação de morrer pelas mãos que te construíram?" e então disse que so conseguiriam encostar-me após o atrevimento de pôr as mãos dentro de meus bolsos repletos de aranhas. Nunca saem de lá, somente vezpor outra divertem-se entre meus dedos e/Quando sua face e seus lábios tremiam e os dentes batiam sofrendo ansiosos por respostas. Questiona meu atrevimento e permaneço calado e observo com um sorriso de canto de boca. Paro. Entrego um pedaço sujo de papel: 'sua razão será passado' A morte está lá, imponente, não será diferente com qualquer um que seja./Muitas pessoas choram. Muitas pessoas estão solitárias. Todas têm algo a dizer, dizem elas./Num processo de envio de todos de volta às jaulas. Cortam-me fora a cabeça. Magnifíco re-incidente.


Slides das mais variadas cores e velocidades me ocorrem enquanto fecho os olhos para descansar, passando sucessivamente como numa película incansável incontestável inegável: alguém me alerta de dentro das paredes que essa madrugada não seria a hora ideal de dormir/vejo essas cenas mais quantas vezes.

Rafael Lemos. 07-05-08.

Publicado por Arbitrary Notes Books & Co.


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Friday, October 10, 2008

Wearing tight collar. Waiting for some reason of getting paid some reason for my red eyes which slowly explode Waiting for some reason to get near God. Blue collar. They dont even know the reason they are here Why they exist why they nedd to do what they need to do. But Who Knows: White collars my collar flanel collar and my boring face grinning ragged almost burned down conciensciously speaking. All cloud over my eyes all clouds over my sunglasses my boring face against the mirror observing my Narcisism exploring scars of some soul that I expect to show up on my front,angelike but i really say Oh this is not gonna happen Not in this life.

Rafael Lemos. 11-10-08.

Arbitrary Notes Books & Co.

Thursday, October 2, 2008

Olhos Flutuantes & Óculos Escuros Sensíveis.

Documentos que identificam & atestam tudo aquilo que foi esgotado & vendido para Deus disseram que os anjos de hoje à noite foram impedidos de entrar para se apresentar no cabaré porque suas asas eram grandes demais & isso causaria muita confusão, muito disturbio, você entende.

Crescendo trepadeiras escalando-as numa lenda infantil de chegar ao Céu & visões de um sonho cigano anti-romântico que falava de signos & havia abundância de fome & palavras dispersas ele procurava significados de palavras sobre algo que já havia pensado mais cedo mas definitivamente não encontrava era só uma perseguição atrás do próprio rabo quando ele se mordesse seria uma dor tremenda mas eu acho que ele se mantinha permanentemente anestesiado graças a contatos certos nos hospitais públicos da região que o permitiam remédios além do limite em troca de favores leituras de mãos & visões do Futuro.

O médico que o atendia regularmente e receitava pílulas acima do esperado & burlava as investigações Federais a respeito tinha um dente quebrado graças a uma briga com um valentão nos tempos de escola Ele ganhou a briga e seu dente permanece até hoje um mistério cravado na mão do bastardo que encrencou com ele três dias depois o então garoto se arrastou para dentro do laboratório de Química por uma janela quebrada e roubou um frasco de qualquer coisa que ele conhecesse & soubesse que derrubaria o cara & no dia seguinte derramou tudo dentro do copo de suco que era servido nas refeições escolares. Ele não sabe ele não sabe ele não sabe continuar essa história é de grande carga emocional ele não sabe ele não consegue continuar essa história sem desacelerar o ritmo ele prefere não continuar ele prefere discutir sobre outos assuntos menos dolorosos que a água fervente que ele derramou & encheu de bolhas o rosto do babaca que havia acertado ele uns dias atrás.

Uma caravana de mendigos desaba do vagão & sai rolando e acontece de esmagar minha cabeça que lateja até hoje por isso Eles foram extremamente educados com o cigano, que em troca, montou um esquema de aluguel de mendigos & ensinou-lhes a ler em hebraico eles conheceram alguns judeus na Diamond Way & se ofereceram baratos a servirem de tradutores no evento que estava para acontecer na UN em alguma noite. Eles fecharam negócio com judeus & prosperaram mais do que nunca hoje estão espalhados pelo mundo & viajam amaioria deles como assistentes de rabinos & finjem ter sido convertidos para impressionar os que passam na rua & os reconhecem. Carregam malas para Israel e para o Leste Europeu de tempos em tempos & comandam o trânsito de diamantes entre os ortodoxos & são temerosos & muito contra o yiddish a única ameaça para o seu tipo de negócio é que essa língua informal se espalhe algum dia novamente dentre os judeus.

Eles reclamavam sobre coisas como que com mãos de pedra que poderiam ser roubadas num momento por pura Salvação & como que repostas numa dança tribal;animal esperando o Paraíso esperando que alguém deixasse cair uma corda esperando algum tipo de anjo ou superhero que fosse chegar voando & fosse tirá-los de um desespero, um tipo de epresário que fosse distribuir ações & no dia seguinte elas fossem valer mais do que a folha de papel que valem hoje, eles poderiam fazer chuvas de ações em Wall Street seria bonito pessoas em frenesi inumano se digladiando para pegar papéis do Lehmann Brothers esperado por alguma espécie de futuro que passa bem longe fora do alcance de trabalhadores & moradores do subúrbio esse são os únicos que em duzentos anos não mudaram nem um pouco & nos próximos duzentos pretendem permanecer sentados em suas cadeiras não importa o rumo tomado contanto que aumentem a carga tributária & aumentem o salário junto & sobre alguma coisa para ser investida em entretenimento & uma casa própria de suaves prestações no subúrbio gêmea com as casas vizinhas & material de segunda mão burgueses que esperam a chance do dinheiro zuní-los com as poucas ações que têm em mãos para algum local mais próximo de algumas festas do Jet Set que eles estejam permitidos de participar.

Rafael Lemos, 27-09-08.

Publicado por Arbitrary Notes Books & Co.


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Saturday, September 27, 2008

Cantiga de Domingo

Cantiga de Domingo

"Hoje é domingo.
Pé de cachimbo.
O cachimbo é de ouro,
Bate no touro.
O touro é valente,
Bate na gente.
A gente é fraca,
Cai no buraco.
O buraco é fundo,
Acabou-se o mundo".

Mas que era o mundo?
Meu
Seu
Nosso?
De todo mundo?

O que era o mundo?
Já acabou-se?
Mas eu ainda nem comecei...

Aaaaah o mundo.

Abre-se a torneira
pútrea
Do tempo,
E ele escorre.

E o domingo também segue,
Preguiçoso.

O cachimbo horroroso fede ainda em minha penteadeira
Não é de ouro, nem de madeira...
O touro descansa doente do tempo que não entende...
Arde, lhe é latente.
Mas não mais bate na gente.
A gente se bate, se acaba. (nem precisa de touro)
O povo, o povo é a porrada.
Mas leva do que bate.
Contudo bate.

Sabe-se lá em que... talvez em si próprio.

O buraco.

O buraco é o tempo.
O tempo é tudo.
Somos nós no buraco do mundo.
O vazio do tudo.
O teu segundo e meu imenso tudo: nada... nada.
(porcaria nenhuma)

Enquanto
Corre lá fora, sem medo.
( e quem sabe, sem mundo...)
O mundo.

Estranho e imundo: da gente.

(Tradicional/Diego Knack - para ArbitraryNotes, na promessa de textos mais consistentes em uma próxima vez)


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Thursday, September 25, 2008

"SEM NOME DO DIA 15/04/08" ou "Ladainha e Pensamento do Labor Rural"

Eu sou um fazendeiro de vacas magras
Isso sim; aquelas que engolirão as vacas gordas de adiante, como numa desviada interpretação
dos sonhos do Faraó feitas por um José subversivo
Eu tenho que cuidar de vacas, eu gasto tempo
me preocupando com galinhas e hortaliças;
não posso gastar meu tempo com essas besteiras de poesia, métrica, conceitos e intelectualidade
Gastei meu tempo todos esses anos andando por aí
estive errando ali e acolá sem motivo nem objetivo firme, só de curiosidade, ver se encontrava
alguma coisa fora dos meus olhos
Eu sou um fazendeiro de vacas amargas
Sou um posto, um intermédio; a passagem - eu sou -
Soa religioso, eu gosto e me sinto à vontade e motivado por isso- ver e falar de Deus - e de
trabalho -

Rafael Lemos

Publicado por Arbitrary Notes Books & Co.


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Wednesday, September 24, 2008

Eu sei que é só Domingo, mas...

Notas Arbitrárias I

até quando vou me esvaziar de mim?
até quando meu início será o fim?
han han?
até quando aguentarei a incomplitude?

responde...
o tempo e o verbo emudecem
enquanto eu ainda meço minhas
dimensões depois de horas
de digressão corpórea

horas
horas
horas

de delírio.

(como sempre)

...

dia-a-dia
entre carros carroças
postes e poças d´água

...

(ouvem os barulhos?)...

Então...

lembro de você...

você que não responde se mesmo te encontrarei
ou se, por acaso, a porta sempre estará fechada.
você que não me responde se sempre serei
a pessoa torta das horas erradas.

você... que está aí... apagada... adoentada.(Ou diria alucinada?)
...


(Quem sabe vivendo? mas não é o mesmo?)


tudo. Tudo isso: todas essas perguntas
dúvidas dores confusões.

Deixo-as lacradas em mim
para que aos que menos sabem
(isto é, o mundo todo)

Eu seja sempre o bobo alegre

o do sorriso tardio

mais ainda poderei dizer
que fui feliz.
Aos que menos sabem, pelo menos,nunca fui tão feliz.

tão
tão
tão
feliz.

em silêncio estranho e tarde demente
encerro o que jamais deveria escrever
simplemente :a minha verdade.

(Diego Knack, 24 de Setembro de 2008)

Sunday, September 21, 2008

poderia ser qualquer dia

...
(23 de julho)
qual?
qual sentido?
sentido...?
já não tem mais.

o mijo no muro
o berro no escuro
o dedo-duro...

o gato malhado
a cadela esquecida
a gente embriagada
e a porta batida
não faz.

não faz sentido.

enquanto
a sorte é perdida
a dor é doída
e a morte perdura escondida...
nenhum sentido.

nem mesmo a vida,quem dirá a poesia.(?)

que anda encolhida
permeando-se em migalhas
pra ver se - ao acaso - segura-se nos detalhes
já que os grandes feitos nada foram.

O grande amor nada foi.
o desejo errante nada foi.
o medo surdo nada foi.

agora é a vez do vão.

de dizer nada
e ficar sem direção.

quem sabe assim a sabedoria me esquece
e o tempo me perece...
os problemas
as dúvidas (as dívidas)
os dilemas.

Cansa-me a vida, por mais que a ame.
e por mais que me engane
e que fuja
a minha fuga não tem traço.
e
nem
eu tenho também...espaço.

meu rosto e sorriso escassos
assustam-me no espelho e assombram os outros que nada de mim entendem. nada.

por tudo isso:pelo eu caído,não tem mais
não. nada mais
sentido

(Diego Knack, escrito no data assinalada, publicado em 21 de setembro por ArbitraryNotes)



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Friday, September 12, 2008

Arbitrary Notes dá boas vindas a si mesma e ao Futuro.

Com esse, Abitrary Notes marca o início de sua existência oficial e saúda a todos que queiram compartilhar dessa nova ilha que emerge e participar na construção de pontes, ferrovias, túneis e todo tipo de ligação que nos ponha com um pé em cada lugar e levar a escrita em todo idioma e todo tipo de arte além, não interessa o quão longe isso possa ser, mesmo dentro de cada um de nós.
Arbitrary Notes tem objetivos, compromissos e projetos ainda não definidos, exceto pelo fato de que a leitura de um trabalho não deve ser feita senão sem pré-concepções. A crítica ao trabalho dá-se pela informação absorvida e reprocessada. Nesse processo não existe a necessidade da imparcialidade. Todo o restante será explicado mais tarde, assim que estiver escrito em pedra.

Abrimos, então, com uma passagem da Bíblia: "Zacarias, 4."


Zacarias, 4
1.O anjo voltou e despertou-me, como a um homem a quem tiram do sono.
2.E perguntou-me: Que vês? Vejo um candelabro todo de ouro, respondi, que tem um reservatório no alto, sete lâmpadas em redor e ainda sete bicos para as lâmpadas colocadas em cima do candelabro.
3.Junto deste, duas oliveiras colocadas de um e outro lado do reservatório.
4.Perguntei de novo ao porta-voz: Meu Senhor, que coisas são estas?
5.Ele respondeu: Não sabes o que isso significa? Respondi: Não, meu Senhor.
6.Então ele explicou: Este é o oráculo do Senhor a respeito de Zorobabel: não pelo poder, nem pela violência, mas sim pelo meu Espírito (é que ele cumprirá a sua missão) - oráculo do Senhor.
7.Quem és tu, ó grande monte? Diante de Zorobabel não passas de uma planície! Ele porá a pedra de remate em meio de aclamações: Graças, graças a ela!
8.A palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos:
9.As mãos de Zorobabel lançaram os fundamentos desta casa; suas mãos levarão a bom termo a sua construção. Assim saberás que fui enviado a vós pelo Senhor dos exércitos.
10.Por que, pois, desprezar esses humildes começos? Alegrar-se-ão quando virem o fio de prumo na mão de Zorobabel. (Então ele me explicou:) Estes sete olhos são os olhos do Senhor, que discorrem por toda a terra.
11.Perguntei-lhe ainda: Que significam as duas oliveiras que estão de um e outro lado do candelabro?
12.E interroguei de novo: Que significam estes dois ramos de oliveira, que deixam correr o ouro por dois tubos de ouro?
13.Não sabes o que isto significa? Não, meu Senhor.
14.Ele explicou: São os dois ungidos do Senhor que assistem diante do Senhor de toda a terra.


Arbitrary Notes Books & Co.

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