Sunday, September 21, 2008

poderia ser qualquer dia

...
(23 de julho)
qual?
qual sentido?
sentido...?
já não tem mais.

o mijo no muro
o berro no escuro
o dedo-duro...

o gato malhado
a cadela esquecida
a gente embriagada
e a porta batida
não faz.

não faz sentido.

enquanto
a sorte é perdida
a dor é doída
e a morte perdura escondida...
nenhum sentido.

nem mesmo a vida,quem dirá a poesia.(?)

que anda encolhida
permeando-se em migalhas
pra ver se - ao acaso - segura-se nos detalhes
já que os grandes feitos nada foram.

O grande amor nada foi.
o desejo errante nada foi.
o medo surdo nada foi.

agora é a vez do vão.

de dizer nada
e ficar sem direção.

quem sabe assim a sabedoria me esquece
e o tempo me perece...
os problemas
as dúvidas (as dívidas)
os dilemas.

Cansa-me a vida, por mais que a ame.
e por mais que me engane
e que fuja
a minha fuga não tem traço.
e
nem
eu tenho também...espaço.

meu rosto e sorriso escassos
assustam-me no espelho e assombram os outros que nada de mim entendem. nada.

por tudo isso:pelo eu caído,não tem mais
não. nada mais
sentido

(Diego Knack, escrito no data assinalada, publicado em 21 de setembro por ArbitraryNotes)



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