Saturday, September 27, 2008

Cantiga de Domingo

Cantiga de Domingo

"Hoje é domingo.
Pé de cachimbo.
O cachimbo é de ouro,
Bate no touro.
O touro é valente,
Bate na gente.
A gente é fraca,
Cai no buraco.
O buraco é fundo,
Acabou-se o mundo".

Mas que era o mundo?
Meu
Seu
Nosso?
De todo mundo?

O que era o mundo?
Já acabou-se?
Mas eu ainda nem comecei...

Aaaaah o mundo.

Abre-se a torneira
pútrea
Do tempo,
E ele escorre.

E o domingo também segue,
Preguiçoso.

O cachimbo horroroso fede ainda em minha penteadeira
Não é de ouro, nem de madeira...
O touro descansa doente do tempo que não entende...
Arde, lhe é latente.
Mas não mais bate na gente.
A gente se bate, se acaba. (nem precisa de touro)
O povo, o povo é a porrada.
Mas leva do que bate.
Contudo bate.

Sabe-se lá em que... talvez em si próprio.

O buraco.

O buraco é o tempo.
O tempo é tudo.
Somos nós no buraco do mundo.
O vazio do tudo.
O teu segundo e meu imenso tudo: nada... nada.
(porcaria nenhuma)

Enquanto
Corre lá fora, sem medo.
( e quem sabe, sem mundo...)
O mundo.

Estranho e imundo: da gente.

(Tradicional/Diego Knack - para ArbitraryNotes, na promessa de textos mais consistentes em uma próxima vez)


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Thursday, September 25, 2008

"SEM NOME DO DIA 15/04/08" ou "Ladainha e Pensamento do Labor Rural"

Eu sou um fazendeiro de vacas magras
Isso sim; aquelas que engolirão as vacas gordas de adiante, como numa desviada interpretação
dos sonhos do Faraó feitas por um José subversivo
Eu tenho que cuidar de vacas, eu gasto tempo
me preocupando com galinhas e hortaliças;
não posso gastar meu tempo com essas besteiras de poesia, métrica, conceitos e intelectualidade
Gastei meu tempo todos esses anos andando por aí
estive errando ali e acolá sem motivo nem objetivo firme, só de curiosidade, ver se encontrava
alguma coisa fora dos meus olhos
Eu sou um fazendeiro de vacas amargas
Sou um posto, um intermédio; a passagem - eu sou -
Soa religioso, eu gosto e me sinto à vontade e motivado por isso- ver e falar de Deus - e de
trabalho -

Rafael Lemos

Publicado por Arbitrary Notes Books & Co.


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Wednesday, September 24, 2008

Eu sei que é só Domingo, mas...

Notas Arbitrárias I

até quando vou me esvaziar de mim?
até quando meu início será o fim?
han han?
até quando aguentarei a incomplitude?

responde...
o tempo e o verbo emudecem
enquanto eu ainda meço minhas
dimensões depois de horas
de digressão corpórea

horas
horas
horas

de delírio.

(como sempre)

...

dia-a-dia
entre carros carroças
postes e poças d´água

...

(ouvem os barulhos?)...

Então...

lembro de você...

você que não responde se mesmo te encontrarei
ou se, por acaso, a porta sempre estará fechada.
você que não me responde se sempre serei
a pessoa torta das horas erradas.

você... que está aí... apagada... adoentada.(Ou diria alucinada?)
...


(Quem sabe vivendo? mas não é o mesmo?)


tudo. Tudo isso: todas essas perguntas
dúvidas dores confusões.

Deixo-as lacradas em mim
para que aos que menos sabem
(isto é, o mundo todo)

Eu seja sempre o bobo alegre

o do sorriso tardio

mais ainda poderei dizer
que fui feliz.
Aos que menos sabem, pelo menos,nunca fui tão feliz.

tão
tão
tão
feliz.

em silêncio estranho e tarde demente
encerro o que jamais deveria escrever
simplemente :a minha verdade.

(Diego Knack, 24 de Setembro de 2008)

Sunday, September 21, 2008

poderia ser qualquer dia

...
(23 de julho)
qual?
qual sentido?
sentido...?
já não tem mais.

o mijo no muro
o berro no escuro
o dedo-duro...

o gato malhado
a cadela esquecida
a gente embriagada
e a porta batida
não faz.

não faz sentido.

enquanto
a sorte é perdida
a dor é doída
e a morte perdura escondida...
nenhum sentido.

nem mesmo a vida,quem dirá a poesia.(?)

que anda encolhida
permeando-se em migalhas
pra ver se - ao acaso - segura-se nos detalhes
já que os grandes feitos nada foram.

O grande amor nada foi.
o desejo errante nada foi.
o medo surdo nada foi.

agora é a vez do vão.

de dizer nada
e ficar sem direção.

quem sabe assim a sabedoria me esquece
e o tempo me perece...
os problemas
as dúvidas (as dívidas)
os dilemas.

Cansa-me a vida, por mais que a ame.
e por mais que me engane
e que fuja
a minha fuga não tem traço.
e
nem
eu tenho também...espaço.

meu rosto e sorriso escassos
assustam-me no espelho e assombram os outros que nada de mim entendem. nada.

por tudo isso:pelo eu caído,não tem mais
não. nada mais
sentido

(Diego Knack, escrito no data assinalada, publicado em 21 de setembro por ArbitraryNotes)



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Friday, September 12, 2008

Arbitrary Notes dá boas vindas a si mesma e ao Futuro.

Com esse, Abitrary Notes marca o início de sua existência oficial e saúda a todos que queiram compartilhar dessa nova ilha que emerge e participar na construção de pontes, ferrovias, túneis e todo tipo de ligação que nos ponha com um pé em cada lugar e levar a escrita em todo idioma e todo tipo de arte além, não interessa o quão longe isso possa ser, mesmo dentro de cada um de nós.
Arbitrary Notes tem objetivos, compromissos e projetos ainda não definidos, exceto pelo fato de que a leitura de um trabalho não deve ser feita senão sem pré-concepções. A crítica ao trabalho dá-se pela informação absorvida e reprocessada. Nesse processo não existe a necessidade da imparcialidade. Todo o restante será explicado mais tarde, assim que estiver escrito em pedra.

Abrimos, então, com uma passagem da Bíblia: "Zacarias, 4."


Zacarias, 4
1.O anjo voltou e despertou-me, como a um homem a quem tiram do sono.
2.E perguntou-me: Que vês? Vejo um candelabro todo de ouro, respondi, que tem um reservatório no alto, sete lâmpadas em redor e ainda sete bicos para as lâmpadas colocadas em cima do candelabro.
3.Junto deste, duas oliveiras colocadas de um e outro lado do reservatório.
4.Perguntei de novo ao porta-voz: Meu Senhor, que coisas são estas?
5.Ele respondeu: Não sabes o que isso significa? Respondi: Não, meu Senhor.
6.Então ele explicou: Este é o oráculo do Senhor a respeito de Zorobabel: não pelo poder, nem pela violência, mas sim pelo meu Espírito (é que ele cumprirá a sua missão) - oráculo do Senhor.
7.Quem és tu, ó grande monte? Diante de Zorobabel não passas de uma planície! Ele porá a pedra de remate em meio de aclamações: Graças, graças a ela!
8.A palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos:
9.As mãos de Zorobabel lançaram os fundamentos desta casa; suas mãos levarão a bom termo a sua construção. Assim saberás que fui enviado a vós pelo Senhor dos exércitos.
10.Por que, pois, desprezar esses humildes começos? Alegrar-se-ão quando virem o fio de prumo na mão de Zorobabel. (Então ele me explicou:) Estes sete olhos são os olhos do Senhor, que discorrem por toda a terra.
11.Perguntei-lhe ainda: Que significam as duas oliveiras que estão de um e outro lado do candelabro?
12.E interroguei de novo: Que significam estes dois ramos de oliveira, que deixam correr o ouro por dois tubos de ouro?
13.Não sabes o que isto significa? Não, meu Senhor.
14.Ele explicou: São os dois ungidos do Senhor que assistem diante do Senhor de toda a terra.


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