Eu sou a figura dos dedos dormentes,
dos dedos entrelaçados, sou do peito machucado.
Sou a figura da boca que inventa entre dentes.
Eu sou o fantasma do dissabor
com um leve semblante daquele outrora amante
da vida, e que hoje é estupor.
Eu a contenho, eu pertenço à maquinaria
da desinvenção, eu alimento a deserção
de tudo o que eu mesmo faria.
Eu sou o corpo deitado mudo,
Aquele que você vê à porta, atropelado pela horda
sou eu, meu próprio escudo.
Se enviar-me uma carta e não responder,
por favor, não se surpreenda, ocupado que estou
numa coleta de razões para não morrer.
Rafael Lemos. 01-11-'08
Quer falar conosco? Não deixe um comentário. Escreva um e-mail para arbitrarynotes@gmail.com e assim ficaremos sabendo da sua existência.
Thursday, November 6, 2008
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment