'suficiente para um ato somente; monólogo espiritual interior'
Politicamente experienciado e homem com seu terno risca de giz cor de grafite, dedo em riste acusando-me entregando-me a voto popular, trocando meu flamejante silêncio - que refletia meus óculos tortos velhos demais para mim, incondizentes - por sacas de arroz Curvou-se ao pé do meu ouvido que ainda encontrava cético e erguido aenas acompanhando seus movimentos e respirando e tirando proveito da brisa gelada da manhã de céu limpo,tempo de acusações, tempo de culpados. Sussurou para mim "Qual a sensação de morrer pelas mãos que te construíram?" e então disse que so conseguiriam encostar-me após o atrevimento de pôr as mãos dentro de meus bolsos repletos de aranhas. Nunca saem de lá, somente vezpor outra divertem-se entre meus dedos e/Quando sua face e seus lábios tremiam e os dentes batiam sofrendo ansiosos por respostas. Questiona meu atrevimento e permaneço calado e observo com um sorriso de canto de boca. Paro. Entrego um pedaço sujo de papel: 'sua razão será passado' A morte está lá, imponente, não será diferente com qualquer um que seja./Muitas pessoas choram. Muitas pessoas estão solitárias. Todas têm algo a dizer, dizem elas./Num processo de envio de todos de volta às jaulas. Cortam-me fora a cabeça. Magnifíco re-incidente.
Slides das mais variadas cores e velocidades me ocorrem enquanto fecho os olhos para descansar, passando sucessivamente como numa película incansável incontestável inegável: alguém me alerta de dentro das paredes que essa madrugada não seria a hora ideal de dormir/vejo essas cenas mais quantas vezes.
Rafael Lemos. 07-05-08.
Publicado por Arbitrary Notes Books & Co.
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