Monday, October 27, 2008

Retornos

Pior mesmo é quanto o vento bate e a porta fecha
E lá vai você ( te leva) feito flecha que voa longe
do meu alcance

Meu amor, não volta?
Não?

E fico só aguardando o retorno.
O seu.

e o meu...

Daí só retorno mesmo,
e de fato, é para essa interioridade
Amarga
(essa solidão escrota)
cuja marca
nítida

é firme e rígida
chaga.

Quando no meu rosto já é
desgosto, meu carma.

Meu estigma me carregar por aí.

É arma.
Uma arma me carregar.
Uma arma a descarregar
Uma alma a descarregar
Alma a desgarrar

do corpo feio
de onde veio para

vaguear
em
alamedas estranhas.

Em partes nuas
pontes
muros
(murros?)
ruas – (tacanhas?)

Nem sei...
Minhas entranhas
Se misturam
Ao estímulo
De sensações
Medianas
Ou
Cotidianas (por que não?)

Eu sou eu só assim
Sou mácula
Ambulante
Minha praga, minha presa errante.
Por vezes também sou desprovido de mim:
Minhas horas tão felizes.

E só mesmo afogo minhas desgraças
Na ilusão
(no amor tanto quanto, por que não?)
O resto é tudo retorno.
maldito
retorno
à minha escuridão
( meu sim, meu não...)
minhas trevas
meu inferno particular.
(minha prostituição)

Ou simplemente,
(perdoe-me)
O retorno a mim mesmo.

Diego Knack, 27 de Outubro de 2008 para ArbitraryNotes


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